Thursday, February 27, 2014

O outro lado da moeda

Será que a sorte depende do lado da queda da moeda? Do lado de cá as moedas sempre seguem a lei de Murphy, deixam o peso decidir.

Na física sentimental existem dois lados da moeda, a sorte e a morte, o sul e o norte. E você? É forte?

Deixa cair da mesa o corpo pra ouvir o barulho do coração despedaçando, é bonita a vista de cima e até a queda tem paisagem.

Quando o vento leva a folha pra dançar não tem música tocando, já reparou?

Tuesday, February 25, 2014

Mulheres se amam mais.

Começa de dentro pra fora a guerra, sempre foi assim.
Humanos passam a vida a remoer seus falsos ecos, aprendemos cedo que é proibido perder.

Homens são pretensiosos, requintados nos detalhes mais inúteis de qualquer relação, perdidos nas datas e horários, acumulando a vida em frações. Perdemos mais tempo decidindo o que fazer do que escolhendo um prato no restaurante.

Mulheres não... Superam mais fácil as quedas, mulheres andam com uma pulga na orelha que não deixa olhar pro chão, fácil saber quem terminaria na comodidade do aconchego, outro em branco esperando a chegada do sossego. Aprendi com a minha mãe que há uma que não se derruba, diferente do que eu julgava forte, entendi porque ela sempre voltava do trabalho... Mulheres precisam de um lar.

Com todo cuidado de uma flor, a teimosia de uma montanha e um despenco do tamanho do mundo elas passam entre os dedos todos os dias, só ficarão os anéis que servirem. Outro dia a vontade passa e o jogo começa de novo, independe à disposição do jogador, continue com as fichas na mão até chegar a sua vez.

Não siga regras, mesmo que a regra seja ela.

Friday, February 14, 2014

Nunca fui poeta.

Seria poesia se coubesse numa linha.
Ainda espero o outono pra colecionar folhas secas com pontos finais, reticências e petulâncias.

No conflito das palavras, as cinzas voam com o sopro do lobo e chegam até o fim da linha, ponto final e próxima parada, como se a vida fosse um trem, deixa transportar o que há de transbordar.

O pior inimigo me olha nos olhos todos os dias pelo espelho, cala o agouro de que enquanto tudo estiver bem, não se precisa pular os muros. Queremos o que não podemos, só pra vida ter a graça de perder pra aprender, perder sem aprender e errar por não ter aprendido.

O valor é pequeno, pago em parcelas diárias e a cada dia a estrada é mais longa... Nem todo mundo aguenta o pique da corrida, eu fiquei parado naquela curva olhando os participantes dançarem os dias, já conheço o finais de todos esses filmes inéditos... Maldita retração do psicológico.

No borrão do batom a assinatura do dizer que: "Sincero é apenas o frio da janela pra dentro."

Monday, February 10, 2014

Já que não tinha pra quem entregar.

Tenho ficado tempo demais em casa, sabe como é? Tá um tédio lá fora.
O mundo anda afim de aprontar, somos uma geração sem samba. 
Tem lacunas entre as coisas que quero e faço, devia ser assim com você. 
Já pensou que legal se as pessoas fossem reais?

O tudo longe fica perto de um passo e, hoje em dia, até tropeçar leva pra frente.
A vida devia ser um eterno "não gostar", reclamo que o dia demora pra passar, reclamo do peso que carrego no peito... Mas, afinal, de que adianta reclamar do que não se livra?

O primeiro passo do amor é o não gostar, a negação, a falta de coragem em assumir que achou um baú sem chaves na sala. O segundo é aceitar que tudo é pouco, pouco é tudo e muito são pedrinhas na janela.

A gente só vai se gostar quando não gostar de ninguém...
As pessoas são assim, apaixonadas pelo erro.

Já que foda-se, fodam-se... Vivam, a paisagem muda a cada janela.

Monday, February 3, 2014

Divisão.

Aprende a deixar as coisas no seu lugar, o que é saudade do passado e o que é vontade de voltar. Nostalgia não é saudade, nem tudo é como o velho "Não mudou nada", tem coisa que mudou e mudou muito.

Você não é a mesma pessoa que acordou ontem, aquele tropicão na avenida te ensinou a tomar mais cuidado onde pisa. É fácil falar que saudade machuca e aperta o peito, isso se chama ansiedade. Mas vou te dizer uma coisa... Não espere o que você não sabe quando vem.

O mundo é mesmo um moinho mas só coloca o coração na máquina quem quer, as voltas tonteiam mas, quando acabar, pra que lado você vai correr?

Não tem pra onde fugir do que você carrega.

A vida é uma só, verdade.
Mas a gente leva a vida só... é isso e só.

Não se acompanha quem nasceu pra ser sozinho, não se completa quem nasceu pra não ser seu.
Dividido entre 2, 3, 300 e o egoísmo... Quanto dá?
© pensamentos voam com o vento;
Maira Gall