Monday, July 25, 2011

Relógio;

Arruma o cabelo e olha pra mim de novo, posso parar o tempo aqui e não sair nunca mais?
Me deixa ficar aqui, te olhar é tão bom.
Me faz eu me sentir mais perto, me faz me sentir mais humano, pra ser.
Aquece os ventos e balança o cabelo.


Deita aqui do lado, por mim eu fico aqui o dia inteiro.

Thursday, July 7, 2011

Sem título;

Eu sinto que estou morrendo, um pouco a cada dia, um pouco a cada respiração, cada tosse leva de mim um dia, cada vez que encho meus pulmões de ar eu vejo que não tem mais nada dentro de mim...

Quanto ar caberia dentro do amor?

Eu vou e volto com meus pensamentos correndo atrás de mim, eu vou e volto com a saudade batendo nas minhas costas como consolação, eu vou e volto com você em todos os lugares que eu olho...

Já que você se foi... podia voltar pra mim.

Tem tanta fumaça na frente dos meus olhos que eu não consigo mais ver o sol, o calor chega até mim mas se recusa a me esquentar, tá tudo tão frio, calafrios, adrenalina correndo, o sono já não faz mais parte dos meus dias, dormir é pedir demais pra quem quer um pouco de paz, eu rodo na cama e não encontro ninguém, eu olho pra dentro de mim e não me vejo mais.

O que aconteceu?

Eu estou morrendo.

Tuesday, July 5, 2011

O mar;

Você já conseguiu esquecer tudo? Deixar tudo pra trás?

Eu já tentei inúmeras vezes, já joguei tudo que senti em uma garrafa com um pergaminho velho dentro, anotei todos meus desejos de uma vida melhor e levei ao mar... Ela voltou com as ondas.

Uma vez decidi que não viveria mais do passado, talvez por não ser um museu, foi a decisão mais tola da minha vida, tudo que eu queria esquecer começou a faltar em mim mesmo, meus erros, meus medos, minhas frustrações fazem de mim ser quem eu sou... Me joguei ao mar pra trazê-los de volta, quase me afoguei ao tentar voltar com o peso da saudade que eu sinto de você.

Meu espaço abstrato;

Não há mais o que dizer, tudo aqui dentro dói, o vazio ocupa um espaço tão grande que se tornou difícil até respirar, não cabe eu e essa saudade de você na mesma cama, fico apertado no cantinho da parede rabiscando quantos dias eu não te vejo... Já perdi a conta.

Não foi por não saber escrevê-los... Mas sim porque cada dia longe de você é um ano longe de mim mesmo.

Simplesmente;

Dias simples são difíceis de aceitar, dias comuns assim como um prato de arroz e feijão se tornavam dias felizes quando você estava por perto.

Eu vejo os domingos passarem e nenhum deles é legal, segunda, terça, quarta vez que te peço ao meu lado em alguns minutos, uma hora, duas, três anos que mudaram minha vida, vida... Como é engraçado viver, reclamamos de dias monótonos, reclamamos de dias movimentados, reclamamos por estarmos sozinhos, reclamamos por estarmos juntos demais... mesmo longe.

E o que fazer quando a distância apagou o brilho no olhar?

Eu queria te ver... pra me acender.

Me mantenha vivo...

Desde que você se foi o meu mundo ficou cinza, meus dias são nublados e frios, meus sorrisos são falsos e vazios, minha cabeça roda o mundo e sempre pára no mesmo rio... pra ver você do outro lado.

De uma margem a outra meus pensamentos se perdem de novo, entre um copo e outro tudo que eu desejo é ter tudo aquilo de novo.

Lembra como éramos quando nos conhecemos?
Você mal conseguia olhar nos meus olhos, eu alisava seu cabelo como se ali o tempo não passasse... e eu queria que tivesse parado ali, pra sempre.

Nos perdemos, nos achamos, nos confundimos, nos magoamos, nos vimos, nos amamos, principalmente...

E eu continuo te amando, por todas as vezes em que eu quis não amar você acabei amando um pouco mais...

E sem isso eu não consigo mais viver.
© pensamentos voam com o vento;
Maira Gall