Sinto saudade de olhos sorridentes, sorrisos despreparados, inocentes... Outro outono é inverno e todo dia demora um pouco mais pra passar.
Não tem ninguém na porta mas eu ouvi a campainha, não abri e deixei o medo passar pela casa do vizinho, nesse bairro todo mundo se trancou no peito e as portas só permanecem caso haja a necessidade de sair, não há espera de visitas pra entrar.
Hoje deixei escapar seu nome sem querer chamar ninguém à perfeição, o tempo pode me bater à vontade que não vou confessar que moro na rua da saudade.
Mas, isso não tem nada a ver com amar, mas sim com amor e é tolice não assumir que caminhamos descalços por medo de gostar dos sapatos.
Monday, May 19, 2014
Pedra, papel e cenoura
A lei de pedra, papel e tesoura é inevitável, pedra não ganha de papel, papel não ganha de tesoura, tesoura não vence pedra. Pessoas de pedra não vencem na assinatura de um papel, o corte da tesoura não cicatriza quem sozinho anda rolando por aí.
Respeito não há, há mais peitos que resquícios.
Lá fora, onde bate o vento, é o certo pelo certo, mas quem tá errado perante a si mesmo?
O telefone nunca toca daquele jeito, no outro lado da linha do número que eu nem conheço mais, alguém olha pras teclas sem pensar em ligar.
O vazio pode ser grande, mas se é vazio, como ocupa espaço?
Respeito não há, há mais peitos que resquícios.
Lá fora, onde bate o vento, é o certo pelo certo, mas quem tá errado perante a si mesmo?
O telefone nunca toca daquele jeito, no outro lado da linha do número que eu nem conheço mais, alguém olha pras teclas sem pensar em ligar.
O vazio pode ser grande, mas se é vazio, como ocupa espaço?
Friday, May 2, 2014
Pedestres.
Entre carros e faixas de pedestres temos pequenos espaços pra viver, bem pequenos, hoje em dia é todo mundo tão cinza que minhas tintas não resolvem o problema... Como se fosse uma equação.
E se resolver uma equação é encontrar todos os valores possíveis para a incógnita, estamos perdidos em meio a um meio em que não se sabe o valor de ser e a diferença de ter. Ser para alguém ao invés de ter alguém, ser disponível ao não estar disponível, sermos o problema a resolver em vez de termos mais problemas pra resolver.
Pela vida, a perfeição corria pelos dedos entre um bom dia sem resposta e um boa noite sem companhia. Com tanto direito humano e pouco humano direito, que direito temos de nos sentir humanos?
O frio na barriga seria uma explicação.
E se resolver uma equação é encontrar todos os valores possíveis para a incógnita, estamos perdidos em meio a um meio em que não se sabe o valor de ser e a diferença de ter. Ser para alguém ao invés de ter alguém, ser disponível ao não estar disponível, sermos o problema a resolver em vez de termos mais problemas pra resolver.
Pela vida, a perfeição corria pelos dedos entre um bom dia sem resposta e um boa noite sem companhia. Com tanto direito humano e pouco humano direito, que direito temos de nos sentir humanos?
O frio na barriga seria uma explicação.
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