Monday, August 19, 2013

Cartas.

Escrevo cartas com destinatário certo, mas sabe como são as coisas quando o Universo conspira contra né? Até o passar do tempo derrubou a caixa de correio na entrada... Agora as cartas voam todo vendaval.

Um dia desses, um pássaro cantou: "Tudo é um papel em branco, leve a impressão ou segure a pressão." Mas eu demorei tempos a entendê-lo.

Impresso fica aquilo que peço, minha vida tem parecido um deserto, sem vontade de ficar perto de ninguém, eu já fui esperto e mesmo assim não me dei bem.

É mais fácil achar dinheiro que amor hoje em dia, pedaços de papel não são motivos de alegria, é só a tinta que mostra o valor que lhe querem dar, mas quanto vale meus rascunhos? E aqueles bilhetes curtos que escrevi pra fazer alguém sorrir?

Meus papéis não valem nada mas eu assumi o compromisso de cumprir meu papel... Aonde quer que o vento os leve.

Friday, August 16, 2013

Essência, sem.

Um mal que carregamos, incontrolavelmente, é nos acharmos superiores, em qualquer coisa. Nos julgamos dignos de dar conselhos, como se soubéssemos mais do que alguém sobre a própria vida, achamos maneiras de pensar que estamos sendo notados, copiados, julgados ou apontados, somos todos feitos dos mesmos defeitos que nossas mães.

Não há orgulho algum em se dizer experiente sobre mazelas que atormentam os desolados, não resolvemos nossos próprios problemas, o que nos tornaria capazes de julgar problemas alheios?

Vejo o mundo como uma casa de espelhos, pessoas procurando a sua vida na janela do vizinho enquanto olham as novidades do mundo todo pela janela do computador.

Eu não lido bem com lições de moral mas acho que elas têm seu valor quando há moral no fim da história, até o He-Man fazia isso melhor que muita gente, odeio discursos sem ponto final.

Vou te dizer uma coisa, pra me convencer, não somos especiais, não somos capazes de muito além do próprio olhar, coloque-o onde lhe interessa, não é toda vida que quer seu destino digno de uma peça.

Caminhar.

Lembram aquela história sobre parar de escrever? Era verdade, só não na conotação que lhe parece. Eu acabei depositando toda minha fé nas palavras, como se elas resgatassem a lembrança de algo que eu perdi em mim mesmo, como se, entre as milhões de frases que passam pela minha cabeça, alguma diga aquilo que eu não encontrei como dizer, quem sabe a traga de volta, textos são pensamentos sem censura... Foi esse o ponto final de todo começo da conversa, estranho né? Mas faz sentido.

A mente se abre em caminhos que não percorremos enquanto conversamos, requer o silêncio de quem sabe onde pisar, assim, eles mudam a cada segundo que passa.

Eu queria respostas, acabei encontrando perguntas muito mais interessantes, quem sabe não seja isso que chamem de "ir em frente".
© pensamentos voam com o vento;
Maira Gall