Tuesday, December 24, 2013

Infeliz Natal, tudo de bom meu bem.

A espera sempre foi longa, há anseio na chegada do bem.

É tão incerto dizer que é simples viver, ter histórias novas pra contar, lembranças novas pra guardar. Quanto mais se quer, mais sente-se mastigado, o aperto do acerto... Não faz diferença, sempre retomamos histórias sem final.

Já passou o tempo batendo as portas na rua de baixo, o barulho acordou toda a vizinhança, arrancou da vida as velhas memórias surdas. Quem vai limpar essas folhas secas do caminho? Ninguém se dispõe ao trabalho de plantar o que não se sabe se frutificará.

O tempo faz esquecer o que perdemos entre os dentes... dessa vez não foi Natal.

Monday, December 23, 2013

Tem, po.

Meu relógio não sabe contar as horas, faz tempo que ele se perde em si mesmo, ainda não entendi porque, meio dia, meio variado.

As voltas do mundo mostram as diferenças entre nós, pessoas. Hoje tudo termina antes de começar, a verdade é cega, fato.

Fato também que não conseguimos o que queremos, pelo menos não imediatamente, as coisas requerem tempo pra se formarem, esse é o mal do apressado... Os calmos passam pelos dias, os ansiosos esperam o tempo correr por falta de opção. Teimosia, a vida não é um sushi.

Quando amanhecer vai ser outra chance de salvar sua vida... ou ferrá-la de vez. Aproveite-a bem.

Tuesday, December 17, 2013

Corações apedrejados.

Isso parece um leilão, tem muita gente portando preço
Grande liquidação de corações foi só o começo
Às vezes me esqueço mas me esforço pra lembrar
Teve um dia em que pessoas se abraçavam sem se apunhalar
Não insinuavam que se você se mexer, outro rouba o seu lugar
Grandes amigos, traidores e mentirosos têm agido da mesma forma
O tempo passa, o vento corta e nada muda à minha volta
E a revolta molda entre uma pedra e outra pedra no sapato
É tanto calo que escolhi andar descalço
Dispensando notas falsas mesmo sem 1 centavo
Da sabedoria do meu avô, aprendi 1/12 avos
Me mostraram que confiança só se deposita na família
Que existe atalho e trilha, o que é grupinho e camarilha,
A herança da mãe, a filha, os erros colocados em pilha
Formam uma fila, parece tudo bem só que eu já não aguento mais
A incerteza do futuro vem mas o tempo já não volta atrás
Eficaz massacre, a mente vira um campo de combate
Quando começa o arrebate, qualquer flor me distrai
A lembrança vira um prego fincado no peito
E é uma martelada a cada pensamento.

Sinceridade morreu de velha.

Sinceridade que não abrange o que lhe cabe
Ofensiva atividade em cada luz dessa cidade
Palavras são o conforto utilizado como ataque
Abraço de tamanduá, o traidor em desvantagem
Sem defesa, o caçador cercado, a sucumbir na mão da presa
Elogio se divide como um simples prato à mesa
Que ninguém se serve, observe ao se redor e se conserve
Pra ganhar a chegada da maldade no olhar basta apenas reparar
Quando mais precisar, os falsos vão se revelar
O que é seu vai estar lá, o que já foi não vai voltar
O silêncio vale ouro a se trocar pra quem não sabe o que falar
Ninguém acredita mais, ninguém confia ou tanto faz
Deixa quem vem, deixa quem vai, só importa o que que trás
Monopólio puro, ganância do homem maduro
Quem não sabe pra que lado pula, cai junto com o muro
Pelas costas todo tapa é faca
Mentira maltrata, o enganado só descobre quando acaba
o Pedro contra o Lobo na mata sem bala
Eles farejam pelo medo, só que nada me abala

Sincero na corrida de coração
Jamais sujei meu nome, boto fé na oração
Mentira se complica mete o pé pela mão
No terceiro tropicão chega ao chão.

Me dobro, me desdobro, a cada dia mais me cobro
A mente contando estrelas mas mantenho o pé no solo
Me assola o enfrentamento, falta de entendimento
Sedento pela vitória, como barreira me coloco
Ficar em pé venha aquilo que vier
O mal do burro é achar ser mais esperto do que é
Tem que tomar cuidado em quem não dá pra confiar
Uns aprendem a dar rasteira, outros aprendem a pular
E a queda quebra as pernas, agora aguenta com a patada
Andar direito é pedir demais pra quem só dá mancada
Não se comporta, não é Deus mas só escreve em linha torta
Perdido não acerta a direção na hora da volta
Erra o caminho, de tanto seguir os outros não consegue o caminhar sozinho
Ego inflável, personalidade inflamável, confiança é descartável
Difícil aqui é se manter estável.

Monday, December 16, 2013

Pai.

Fica eu e esse bloco de notas em branco à minha frente. Sabe quando você não sabe o que dizer?

Eu vivo sem saber o que dizer sobre certas coisas, mas sempre sei o que dizer quanto à mim... Mas dessa vez é diferente, sou um poço de vazio ecoando sem som e eu não aprendi a dançar as músicas em que a gente perde.

Caí em armadilhas próprias e o tempo não vai resolver esse problema pra mim, deixei à desejar a quem precisava de mim, de que vale mudar a vida se você não consegue salvar as vidas que dependem de você?
No caminho dessa estrada, tropeço e sempre cicatriza... Mas acho que dessa vez o tempo não resolve por mim o aperto aqui no peito, não há nada que se faça.

Palavras de conforto passam em vão entre meus dedos, não há o que se guardar como lembrança do que lhe faz falta, não que seja simples assim.,, Lembranças não cabem entre meus pertences.

Me faz falta e viver não vai completar esse vazio, ele se mantém intacto entre meus pesares e arrependimentos, guardo tudo aquilo que não fiz na carta que lhe envio em pensamento. Perdão.

Perdão pela ausência de palavras que definam o que eu guardo nessas lágrimas que escorrem esse rosto culpado, perdão pelas lágrimas, perdão pela vida.

Eu não queria chorar o vazio que guardo, perdão.
Você sempre vai ser uma das pilastras que levantaram um homem... E não vai deixar esse homem cair.

Thursday, December 5, 2013

Respirar a calma acalma.

Reparando nos olhares, nos vi vazios.
Montes de coisas não ditas carregadas nas olheiras, o próprio mundo já me tira o sono, eu o faço melhor ainda, já vi quem o faz melhor que eu.

E é assim que as coisas são, a gente guarda tanta coisa que era pra dizer e simplesmente "deixou pra lá"...
Lá onde? Onde você se encontra com suas próprias perguntas e continua repetindo as respostas?

Não que eu tenha tanto a dizer, a maioria das minhas palavras ecoam nos suspiros, mas tenho tido problemas pra dormir... Eu achava que não gostar de ninguém resolveria, descobri que precisava aprender melhor de quem gostar.

Com o tempo, todo mundo se conforma...
Calma, respira, agora já foi.

Monday, December 2, 2013

O baile.

A gente quer o que não pode, pode o que não quer e não faz nada do que precisa, mas me parece que não sou só eu assim, vivemos em meio à tecnologia que aproxima o que nos afasta de nós mesmos.

Eu queria levar ela pra passear, dar risadas em algum parque por aí, colocar aquelas músicas legais e ouvir ela cantar, errar a letra, errei o lugar que nasci, poderia ser naquela rua sem saída onde problemas não alcançam.

Me resta rir da vida, não que ela tenha muita graça, gasto tempo demais com pensamento, tenho agido menos do que devia, mas talvez por falta de oportunidade...

Sou velho demais pra essas coisas de coração, mas eu queria estar lá, por perto.

© pensamentos voam com o vento;
Maira Gall