Sunday, September 22, 2013

É tão fora de moda ficar mal.

Hoje em dia não serve mais nada ter alguma coisa pra dizer, não tem nada novo aqui desde que o sol se pôs e essa noite fria se instalou. Malditas portas abertas, o vento surra o rosto e talvez tudo tenha mesmo um preço a ser pago com silêncio e oração... Nem fé na melhora tem adiantado.

Eu fugiria, mas todos os locais que penso em ir passam pela vontade de ver você, do outro lado da rua, sem você me ver como daquela vez... Eu viveria em mil pedaços todo dia por uma festa em que eu pudesse ver teu sorriso.

Há quanto tempo não te vejo sorrir, já nem deve mais lembrar meu nome.

E eu ainda tenho vontade de ligar, dizer qualquer coisa inútil só pra sentir aquele frio na barriga de novo, há quanto tempo não sei o que é isso... Mas eu sempre deixo pra lá, é melhor, não sei se faria tudo outra vez.

Não há beijos que completem linhas que já não são mais escritas, a história não se curva, apenas se ausenta.

Tropeço, mas você não vai me derrubar de novo.

Passe livre.

Pode passar o tempo, se passar pelo que nunca foi, passarem as roupas, os brilhos, os flashs, as fotos... Acho que pode passar até mais que isso.

Passam os carros, os dias, as pessoas, ficam as mágoas, as cicatrizes, as inseguranças.

Divide tudo que sentimos por dois, sobramos nós, almas a sós e na matemática da vida, eu não aprendi a calcular a distância entre os corações. Corações fracos da caminhada, nos cansa a falta de direção.

Pode passar, pode ficar, pode sumir... Mas eu nunca vou entender o que aconteceu com a gente.

Sunday, September 15, 2013

Rumo.

Um dia qualquer pode ser o mesmo dia memorável, apesar que já não me lembro mais de dias assim desde que o vento começou a ditar as ordens por aqui.

Quanto marinheiro já vi pedir o bote antes do bote dos próprios monstros que enfrentou no mar, sem saber o caminho de volta pra casa levou à remo a vida toda em círculos... No mar não há regresso.

Ninguém vai me dizer por onde minha embarcação passa, passa o tempo, passa a tempestade e o balançar dos tempos deu ritmo às ondas, vou remando ao caminho que me imagino a guiar.

Há tempos que eu não penso em terra firme, existem tantas ilhas... Só se falta o porto a construir.

Aprendi a carregar no vazio do peito meu lar e não importa onde vá, minha casa aqui está, com toda a bagunça das gavetas, baús de confusão espalhados pelo convés e outras mil histórias voando entre as velas.

Rumo ao norte, ao forte e ao seu ausentar do corte, a qualquer lugar que exista algo que me importe, não que exista... Mas já inventei tantas histórias pra contar, essa foi a desculpa do poeta... Poetas são uma piada.
© pensamentos voam com o vento;
Maira Gall