Tuesday, October 25, 2011

Sim, eu sei falar de amor...

Já passei todas as portas desse corredor sem fim... e ainda não consegui voltar.

Eu me apaixonei, é difícil assumir coisas assim, fraquezas quase nunca são expostas, mas nunca teve como negar, era só olhar meu olhar acender ao te olhar.
Perfeita seria pedir demais, me apaixonei até pelos seus defeitos, queiramos ou não, ainda assim eles têm seu peso.

Escrevi milhares de palavras que até hoje tentam traduzir um pouco daquele frio na barriga ridículo ao chegar a véspera de te encontrar.
Mas nem todas elas cumpriram sua missão, despercebidas como pessoas desconhecidas, elas morreram de fome e você nem viu.

Tive que aprender a viver de novo...



...sem ninguém pra me ensinar.

Abre alas.

O pretérito de verbos apaixonados os afiam, não se aprende fácil a se deixar no passado o que já passou.

Vivemos tão preocupados com o futuro que já nem sabemos ao mais porque esperamos os sonhos de noites passadas se aconchegarem ao travesseiro.
Eu me desmonto em pedaços pra reler cada caco de mim... Mas quando levanto sempre vejo a mesma cena de que eles não se encaixam mais, entre todos eles falta um espaço que eu te deixei levar daqui.

Sou outro humanóide incompleto na selva de aço e concreto que só olha para o futuro...


...mas nunca tirou os pés do passado.

Monday, October 24, 2011

Eu conheci você.

Eu queria ser como você...
Queria escolher o que fazer, saber o que querer ou fingir que está tudo bem.
Mas eu não sou assim, eu nunca quis o mundo atrás de mim, aconteceu...

E todas elas não me são nada além do que não as fazem ser você.
"O que você vê nela?"
"Por que você deixa ser assim?"

Já ouvi tanto a não querer responder, eles não iriam me entender... Eu conheci você.

Você fez o amor nascer;

Meu coração caiu, milhares de andares até chegar aqui.
Eu já vi o amor de perto, conversei com ele algumas vezes e nunca consegui entender o fato de sempre encontrá-lo em olhares perdidos por aí.

Confesso que fraco fui, não vi o valor e perdi a aposta.

O amor me bateu anos sem me dizer porque, achei que quando saísse da prisão não o veria mais.
Mas você voltou, sem ao menos dizer, sem ao menos precisar dizer... Olha o bem meu bem, não há o que dizer, mesmo se quisesse dizer... Você fez o amor nascer.

Voltei à prisão e dessa vez descobri que não há calor em todas janelas de sol.

Rua Torta, 3.

"Vende-se corações apedrejados."

Dizia logo na placa de entrada daquela velha loja empoeirada no centro da cidade... Curioso pra uma cidade sem coração.
O céu é cinza, os ventos que sempre sopram saudades continuam correndo sem pressa pelos vãos dos prédios, arranha-céus deixou seu nome de lado pra não bater, deixa o céu cinza... Me lembra a saudade de você.

Quando entrei já nem sabia o que dizer, foi outro daqueles meus impulsos sem pulsação, das prateleiras eu vi que não só eu entrei ali atraído pelo belo desejo de não sentir mais dor... Descobri porque os sentimentos morrem... Asfixia.

E sem seu ar, nessa loja eu vou ficar... Vai que a placa te convida a entrar.

Deixa os outros;

Há dias quem não se há o que dizer, dias os quais as horas correm de você... O sono já nem faz mais parte dos meus.
Eu me isolo, me fecho, mas, mesmo sem você saber, seu nome continua sendo dito nos meus dias, até quando já nem quero mais pensar em você, por quê fazes isso com alguém que lhe quis tão bem?
Outros podem ter tudo, do melhor beijo aos melhores conselhos, eu nunca fui perfeito, mas nenhum deles vai tiar suas roupas e te ver como você é, não linda... inesquecível.
Linda aos olhos nem se precisa dizer, mas eu vejo um pouco mais que isso.

Só ao te olhar, cerros os lábios simplesmente por lembrar, você não sabe o que eu guardei pra ti, não digo amores, abraços ou palavras decoradas... Isso todos tem, mas ao tirar suas roupas nenhum deles vai te ver como você realmente é...

Um pedacinho de toda confusão que Deus colocou na Terra, o olhar procurando o fundo do mar e a cabeça com todos os medos que me fizeram perder você.

O mundo nos perdeu... mas eu ainda queria você.

Saturday, October 1, 2011

Da hora essa foto.

Só você, meu bem querer, me fez perder os fios do cobertor em voltas incompletas pela cama durante a noite, olha o sol nascer de novo... Lembra desse calor matinal?

O sábado de manhã, o carro já esperando... e eu ali, sem querer dar adeus.
Não o teria dado se soubesse o quão longo ele seria, o quão doloroso seria saber que naquele ponto ali não ia mais voltar... Deixa a porta fechar... O sol vai sair de novo daqui uns dias.

Abaixa, não deixe eles verem os que não podiam estar aqui, tá frio, deixa que eu vou perguntar... Pronto, pode ir.










E eu faria tudo de novo pra você voltar.

Deixei brilhar;

O acaso levou as anotações sobre você que eu tinha guardadas aqui no meu peito, tudo que aprendi em todo o tempo... desde que te conheci.
Te decorei, talvez por me forçar a estudar demais, me fixei em você... Não devia ter deixado isso acontecer.
Agora os livros dançam palavras nos ensinamentos que ficaram pra gerações posteriores, trocam todas as peças de lugar, desce a cortina pra me responder... Por quê depois de tanto aprender ainda preciso ver ao longe?

Fecha os olhos... pensa em quem estaria ali pra lhe proteger quando você realmente precisar...








Mesmo se não me ver, eu estarei lá... com o brilho no olhar, como quando te vi pela primeira vez.

Eulivro.

Eu deixei todos os meus dias abertos, como aquele livro que você lia antes de dormir, como aquele monte de páginas que ficavam ali em algum canto na cabeceira da sua cama, guardado.
Eu fechei os olhos e desejei você, tenho sido um menino bom pra merecer, o ano ainda não acabou, meu cachorro morreu por falta de movimento no ar pra respirar, as coisas andam paradas aqui né?

Eu nem sei se eu quero saber se amanhã vai ser igual, estou parado aqui olhando o ar estático apontar um caminho que eu não sei mais percorrer, acho que ninguém vai se importar se dois braços pararem de bater, olha o tamanho do mar... Não vai dar pra atravessar.


Mas mesmo assim eu... mesmo assim eu queria tentar.
© pensamentos voam com o vento;
Maira Gall