Friday, April 12, 2013

O rio.

Existem coisas que como o vento, não se muda o curso.

São como se fossem um rio, curioso e devastador na fúria de chegar logo à beira da praia pra ver o mar, não importa quantas curvas faça, o rio sempre segue seu curso ignorando todas barreiras e desvios.

E a velocidade que um rio desce seu caminho é a mesma da culpa em que, pela inclinação, o morro aceita ser açoitado pela pressa de quem não era pra estar ali.

Há aqueles que acham que salvarão o rio começando pela margem... Mas você não vai se salvar se não mergulhar e enfrentar os troncos que escurecem a água.

Monday, April 8, 2013

Por uma vida;


Eu não sei mais onde procurar palavras que descrevam a vontade que eu tenho de te colocar pra dormir, todo dia.

Eu queria me casar, acordar de manhã com você resmungando com a cara amassada de sono, acendendo a luz depois de 3 tentativas de encontrar o interruptor, eu queria acordar com você aqueles dias que você não quer sair da cama, é incrível o poder que seu corpo tem sobre o meu... A presença dele acalma todo esse furacão que é meu coração.

Um abraço, um beijo, uma vida pra dividir, me coloca de novo nos seus planos, todos meus planos tem seu nome e sobrenome, tudo que eu tenho guardado aqui é teu, até quando eu não quero que seja.

Me dá sua criança, me dá sua vida, me dá sua mão... Me dá você?

.:!


São mais fardos pra carregar do que eles pensam, olhando de fora temos a vida tão fácil quanto dizer "Tudo bem" mesmo quando não está...

Se eles vissem de perto o que acontece aqui dentro...

Todo dia eu acordo com um buraco no peito, aquela sensação de que em tudo falta um pouco, de que todo olhar carrega o mal que você mesmo fez pro mundo, pronto pra voltar pra você.

Eu joguei minha vida no lixo quando acreditei que o destino existia, quando acreditei nas pessoas, quando me senti tão sozinho que o mundo inteiro caberia em mim... E eu tenho que aguentar o peso da morte de todos meus planos, mas acho que era mais fácil ter deixado o sangue escorrer, deveria ter feito isso aquele dia, a dor da saudade do que se viveu é muito maior do que a saudade de viver.

Viver... Isso é relativo nos últimos anos, sobrevivo... e olhe lá.

A escolha;



Sempre tem alguém pra dizer "Dê mais valor a si mesmo", mas eu não acho que seja bem essa a questão, o valor é relativo ao envolvimento de ambas partes, não é calculável por números e equações perfeitas que te dão a certeza do produto final.

Não é você quem decide o valor que tem, mas vai de você decidir se o valor que lhe é oferecido equivale ao valor que você se dispôs a dar ao outro.

De nada vale dizeres ao vento se não tem a quem entregá-los, menos ainda se a quem você quer oferecê-los não entender o peso das palavras que ouve... De que vale dar o mundo pra quem só quer uma fuga do mundo todo? A gente não escolhe quem tem o dom de te fazer parar pra pensar, parar pra se entregar, parar de respirar...

Mas a gente escolhe se isso vai valer a pena ou não, deixe de lado o valor, só conte com as reações dos seus poucos atos, de nada vai adiantar gritar aos 4 ventos o quanto você fez, o olhar te responde se realmente valeu a pena ter feito alguma coisa.

A gente nasce e morre sozinho, ser o último homem de uma mulher não é uma decisão... É ela quem escolhe.

A volta dos que não foram.


Acho que comecei a escrever pra procurar outros pontos de vida sobre os meus problemas, pensava que vendo de uma maneira mais lírica conseguiria dar o mesmo rumo da literatura pra eles, aquelas viradas na história em que o bonzinho resolve parar de apanhar por descobrir uma força interna até então adormecida...

Mas isso nunca aconteceu.

Aprendi que escrever tinha outros fins, não eram os porques apresentados que davam as respostas, mas sim a continuação da história, não era só por mim, em algum lugar alguém veria nos meus textos que ela não está sozinha nessa eterna dúvida do que fazer com as gavetas de memória.

Divido com você essa dúvida, também gostaria de mudar a posição das gavetas, a ordem dos fatos mas existem coisas que você não pode colocar onde quiser, tem que aprender a melhor maneira de levar a vida com elas ali... intactas.

Me coloco de novo à disposição das palavras, mas agora parto do ponto de que aprendi que nem tudo é real... nem tudo é fantasia e nem sempre vale a pena escrever, mas escreva, ao menos limpa a consciência.
© pensamentos voam com o vento;
Maira Gall