Monday, January 13, 2014

Cartas ao sol.

Não tem lógica manter tudo no lugar a vida inteira, não há jogo que se contente em não passar de fase.
Eu pratiquei a despedida durante a minha vida inteira e até hoje sou péssimo nisso, não consigo trocar os capítulos do livro antes de dormir, aí eles aparecem nos meus sonhos.

E quando você acordar vai continuar tudo como está, as coisas no mesmo lugar... Eu nem trocava os móveis de lugar por não saber como pedir permissão, só troquei de supetão.

Se eu disser tudo que é verdade, me odiaria... Não ela, eu mesmo me odiaria, mas não é aí que tá o problema.
Já montou um quebra-cabeças com as peças viradas pra baixo? É quase isso.

Não sei apagar linhas escritas com tinta de tatuagem, me lembro da dor das agulhas e da alegria das cores com a mesma frequência. Rasguei todos os pedaços e escorreguei quando fui passar.

Não vou dizer mais "dessa vez..."
É só mais uma vez, talvez dificultar as coisas facilite a obstrução do frio, são apenas obstáculos que me fazem ficar andando em círculos... Ainda não me acostumei com as voltas.

Sangrei no papel cada palavra, quem sabe um dia essas cartas peguem fogo na sua lareira.

No comments

© pensamentos voam com o vento;
Maira Gall