Thursday, July 11, 2013

Escorre pelas cartas.

Sabe o que eu acho engraçado nas palavras?

São como descrições de tudo que existe, é o primeiro presente que recebemos: um nome, uma palavra que prove que nós somos nós mesmos.

O primeiro desafio da vida são as palavras, o exercício diário da necessidade de se comunicar, aprender a falar, aprender o nome das coisas, que existem ou não.

Durante o processo natural do nascer, crescer e morrer, lidamos com a facilidade e a dificuldade de encontrar as palavras certas para descrever ou entender o que não vemos.

É isso que me admira na poesia, o dom de alinhar os pensamentos, é esse dom que me admira os poetas.

Eu? Apenas escrevo, deixo no papel a explanação de coisas que não vão à lugar algum, tudo à minha frente é um cinzeiro, essa vista embaçada que não me deixa seguir as linhas, um papel em branco e o vento já apagou a luz das velas duas vezes nos últimos 5 minutos.

Soa quase como poesia, não na vida real é claro, a luz da vela, embora lúdica, me lembra que outro mês se foi, outra conta venceu e eu continuo deixando o mundo pra depois, amanhã a luz volta mas o vento frio que balança o fogo não vai mudar de direção.

Eu resolvo e sobrevivo, arrumo um cobertor se preciso, escrevo mais se for preciso.

Acho que era isso que os poetas faziam, escreviam nada pra seguir em frente parados rumo a lugar nenhum em busca de si mesmo.

No comments

© pensamentos voam com o vento;
Maira Gall