Monday, July 8, 2013

Passado a limpo.

Ainda não me acostumei com a falta que sua voz faz, lembrar do teu olhar me parte em dois mas quando você não tá aqui eu já não sei mais o que fazer para encontrar o todo, fico com medo de ver o quanto sou meus próprios defeitos.

Sem você a vida continua, a respiração ainda não parou... Mas mudou o ritmo do pulsar do coração, ele não sabe dançar sozinho.

Existe um caminho entre as linhas paralelas de nossas vidas onde eu possa cruzar a fronteira?

Desvio o pensamento procurando um lugar para ir, desvio dos meus próprios medos e falhas pessoais mas nunca consigo me desviar do laço, acabo sempre preso às mesmas teias das quais fugi.

Uma vida é pouco pra tanta ausência, devo ter te conhecido em Roma, talvez nossas almas tenham viajado milênios juntas, não sei você, mas eu te conheci sabendo que você já esteve aqui, por perto. Talvez eu esteja errado, a gente costuma falar besteiras quando gosta sozinho.

Uma vida é pouco pra falta que meu espírito sente do teu, meu corpo tem uma dependência sem explicação do seu, eu não sinto mais os perfumes, só você encaixava em mim, talvez isso tenha pesado na nossa perda.

Fomos feitos um para o outro e isso assusta, eu sei, não é normal a atração do cheiro, o encaixe dos corpos, os pensamentos simultâneos... Isso também me assustou.

Nos perdemos, mas não foi nossa culpa, fomos fardados a nos perder porque já conhecíamos o ditado, só não acreditávamos nele: Tudo que é bom dura pouco.

O resto da vida continuaria sendo pouco, te espero do outro lado.

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Maira Gall